quarta-feira, 18 de março de 2015

Memória Descritiva

Munari (1997), defende que a comunicação visual é “praticamente tudo o que os nossos olhos vêem”.

Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos e o seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a escala, a dimensão e o movimento. São a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas.” (Dondis, 1991)

A música que escolhemos, ao nível da letra, desperta-nos diversas sensações, falando da dicotomia luz/escuridão presente na vida do sujeito da canção, na medida em que se sente perdida na escuridão e, procura a luz que ilumine o caminho na sua vida. Remete para o medo do escuro e para uma luz que, tal como um faról, sempre nos guia.
Juntamente com a letra, a melodia, o ritmo e o vídeo vislumbram uma combinação de feixes de luz espalhados aleatoriamente, dando uma perspetiva de profundidade, bem como de movimento e de cor.

Assim sendo, tivemos a preocupação de incluir, nas nossas composições, cores que simbolizem vários sentimentos: as cores escuras, como o bordô/castanho escuro, que expressa o lado mais obscuro da canção e a partir do qual sobressaem as cores vivas, entre as quais o azul ( a cor do espírito e do pensamento), o amarelo (luminosidade e energia), o branco (equilíbrio e proteção), vermelho (cor quente, ativa e estimulante, transbordante de força de vontade, energia física e auto-estima/liderança), o verde limão (um aspeto mais vivo e ensolarado), o verde claro (contentamento e esperança) e o laranja (otimismo, movimento, espontaneidade e entusiasmo). Isto tudo conjugado na nossa composição visual quadrangular.

Ainda na mesma composição, procurámos utilizar diversos elementos básicos da comunicação visual, nomeadamente o ponto (percetível nas bolas de luz – atração visual); a linha (visível nos feixes luminosos, exprimindo uma fluidez emocional e um ritmo próprio); a forma nos mesmos elementos; a direção, presente nos feixes horizontais e verticais (“necessidade de equilíbrio”); a cor e a sua expressividade referida anteriormente; as dimensões de cada elemento quer variam entre si, de modo a a produzir diferentes sensações perante a realidade; e a ideia de movimento criada pelos componentes da imagem, recorrendo ao “uso da perspetiva e luz/sombra intensificadas”, distorcendo a realidade. Tudo isto expressa os diferentes estados de espírito da cantora, oscilando entre a luminosidade/vivacidade e melancolia.

Além disso, usámos ainda técnicas de comunicação visual como a instabilidade para criar a ideia de movimento e de inquietação; a complexidade, remetendo para a desorganização da vida da cantora; a espontaneidade, também associada ao movimento e à impulsividade desejada pela mesma cantora, ilustrada na forma liberta como os componentes se encontram na compsição; a atividade, igualmente associada ao movimento, presente nos feixes de luz; o ênfase, atribuído a toda a luz emanada a partir do escuro; a profundidade, concebida pelos diferentes tamanhos dos focos luminosos, parecendo uns a maior distância que os outros;  o acaso, expresso pela desorganização intencional dos elementos, na tentativa de alcançar a liberdade de pensamento.

No que concerne, à composição circular, quisemos dar ênfase à oposição entre a luminosidade e a obscuridade retratada na música. Deste modo, a nossa composição consiste num feixe de luz amarela, simbolicamente representando o iluminar do caminho, dividindo os dois pólos antagónicos referidos no início do parágrafo.
De um lado, deparamo-nos com o vermelho ou vermelho quente, representativo da força de vontade e da energia, contrastando com o seu lado oposto, no qual se salienta o vermelho escuro, símbolo de fraqueza, angústia, depressão e falta de vontade e auto-estima. Esta analogia enquadra-se perfeitamente no conteúdo da música analisada, na medida em que a intérprete procura alcançar o lado iluminado, deixando de parte a “escuridão”.

Quanto aos elementos básicos da comunicação visual utilizados, nesta precisa composição, recorremos ao uso do ponto (foco de luz central), o qual remete para o tal “farol”; a linha, servindo de divisória entre as duas metades; a forma, que permite a existência do “farol” e da base na qual a imagem se assenta; o tom e a cor, presentes na dicotomia em questão, opondo-se o claro e o escuro, criando o significado pretendido na própria imagem; e a textura, imensamente presente na própria composição.


Já no que diz respeito às técnicas, a mais visível é a simetria/assimetria, realçando o antagonismo já mencionado; aliada à justaposição, criando-se a comparação entre as duas metades, denotando-se, claramente a oposição e as caraterísticas divergentes apresentadas por cada uma das faces constituintes do todo; simplicidade, patente na uniformidade transmitida pela forma do todo;  também a unidade, consguida através da junção dos elementos , formando uma totalidade; a planura, de modo a focar no que é mais relevante na imagem, pois a ausência da profundidade é usada de modo a não evidenciar um único elemento, mas sim o todo; e a difusão, manifestada pelos sentimentos distintos fornecidos pelo calor incandescente da cor vermelha, os quais advêm da simplicidade e objetividade subjacente à imagem.


Referências bibliográficas:

DONDIS, D. A., A Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Munari, B., Design e Comunicação Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
http://www.significadocores.com

Composições Visuais - Quadrado e Círculo






Teoria da perceção visual: Gestalt

Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler, que desenvolveram as Leis da Gestalt, foram os impulsionadores desta teoria, aplicando-a ao estudo da perceção visual do ser humano.

Esta teoria vem opor-se ao processo do atomismo que vigorava na psicologia do século XIX. Este processo consistia na compreensão da realidade do todo através do estudo das partes, sendo possível conceber-se uma imagem global por meio da junção dos seus elementos.


Isto porque ver é diferente de olhar!





Bibliografia:


Elementos Básicos da Comunicação Visual (2)

O tom:

O tom apresenta-se como um elemento capaz de expressar diferentes tonalidades e de maneiras distintas. A forma como a perceção e captação das diferentes tonalidades é feita por parte do observador, varia de pessoa para pessoa, não sendo o tom, portanto, um elemento fixo e homogéneo, sendo possível expressar diferentes gradações, tendo por base o elemento principal alterador das diversas gradações, a tonalidade da cor, que varia consoante as diferentes circunstânceas e gradações. Este facto é defendido e justificado por Dondis (1991) da seguinte forma: “as variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do ambiente. Por outras palavras, vemos o que é escuro porque está próximo ou se sobrepõe ao claro, e vice-versa”.

A cor:

Um elemento preponderante, devido à expressividade e emoção que consegue atribuir a um objeto. A cor tem a capacidade de alterar a forma como um objeto pode ser interpretado, influenciando assim a forma como o observador se comporta. Cores distintas retratam signficados variados e um alfabetismo próprio subjacente a cada uma delas. A mesma possui três dimensões: a matiz ou croma (amarelo, vermelho e azul como os três matizes primários), a saturação (a pureza relativa de um cor) e a acromática (o brilho relativo, como por exemplo do claro ao escuro).  Assim, Dondis (1991) corrobora o já explicado, afirmando que “a cor está impregnada de informação e é uma das mais penetrantes experiências visuais que temos todos em comum”.

A textura:

A textura, na maioria das vezes serve para substituir sentidos como o tacto e a visão, podendo estes fazer-se sentir quer simultaneamente quer isoladamente. Estes sentidos permitem analisar de uma forma mais assertiva o próprio objeto, através do foco na matéria e forma do mesmo. A textura funciona como revestimento de um objeto, possibilitando a perceção de experiências visuais únicas, as quais não seriam possíveis com a ausência da textura. Inclusive, segundo Dondis (1991), “onde há uma textura real, as qualidades táteis e óticas coexistem, não como tom e cor, que são unificados num valor comparável e uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual”.

A Escala:

É o processo no qual os elementos visuais se modificam e se definem uns aos outros. No processo, tanto a cor é brilhante ou apagada, dependendo da justaposição, como os valores tonais passam por constantes e significativas modificações visuais. Neste processo, o grande não pode existir sem o pequeno. A escala estabelece-se tanto através do tamanho relativo das pistas visuais, como das relações das mesmas com o campo ou com o ambiente, estando, no entanto, neste processo, sujeitas a muitas variáveis modificadoras.

A Dimensão:

É um elemento que depende da ilusão de forma a criar dimensão em formatos visuais bidimensionais. A dimensão existe no mundo real. Através da nossa visão binocular conseguimos vê-la, além de podermos senti-la. Pelo contrário, a dimensão é implícita aquando de representações bidimensionais ilustradas em meios como o desenho, a pintura, a fotografia ou a televisão. Essa dimensão implícita é conseguida através da ilusão, resultante de uma convenção técnica da perspetiva. Essa mesma perspetiva recorre à linha de modo a criar efeitos propositados, que produzam uma sensação “falsa” de realidade. Na perspetiva de Dondis (1991), “Apesar da nossa experiência humana total estabelecer-se num mundo dimensional, tendemos a conceber a visualização em termos de uma criação de marcas, ignorando os problemas especiais da questão visual que nos são colocados pela dimensão”.

O Movimento:

O movimento, tal como a dimensão, encontra-se mais vezes implícito do que explícito no modo visual. Considerada como uma das forças mais presentes e de maior relevo da experiência humana, o movimento faz com que a ilusão da textura ou da dimensão pareçam reais, através do “uso da perspetiva e luz e sombra intensificadas”.  O movimento distorce a realidade, mas está implícita “ em tudo aquilo que vemos, e deriva de nossa experiência completa de movimento na vida. Em parte, essa ação implícita se projeta, tanto psicológica quanto cinestesicamente, na informação visual estática”. O movimento, porém, “ não se encontra no meio de comunicação, mas no olho do espetador, através do fenómeno fisiológico da “persistência da visão””, tal como defende Dondis (1991). Portanto, o movimento atua no observador com uma dinâmica própria e única, que leva à sensação de movimento causada em quem observa.



Referências bibliográficas:

DONDIS, D. A., A Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Técnicas de Comunicação Visual

Através da utilização das técnicas de comunicação visual, cada artista dispõe de uma grande diversidade de meios para exprimir informação através da imagem, podendo estas mesmas imagens ser alvo de diversas interpretações por parte de quem observa, devido, precisamente, à sua polaridade de sentidos passíveis de compreensão.
Tal como afirma Donis A. Dondis (1991), "seria impossível enumerar todas as técnicas disponíveis, ou, se o fizéssemos, dar-lhes definições consistentes (...) a interpretação pessoal constitui um importante fator."

Equilíbrio/Instabilidade:



O equilíbrio revela-se como sendo o elemento mais determinante ao nível das técnicas visuais, logo após o contraste. Segundo Dondis (1991), este elemento consiste numa "estratégia de design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos". Este centro será o local exato onde é atingido o equilíbrio fundamental nas composições visuais. Por outro lado, a instabilidade remete para "a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora.

Simetria/Assimetria:



Temos aqui duas métodos opostos para obter o equilíbrio tão desejado. Enquanto que a simetria consiste numa repartição do objetoem partes iguais, onde "cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado" (Dondis, 1991), a assimetria consiste numa espécie de "equilíbrio precário". Não é, portanto, fácil conciliar estes dois aspetos e alcançar o equilíbrio.

Regularidade/Irregularidade:


Para Dondis (1991), a regularidade "constitui o favorecimento da uniformidade dos elementos, e o desenvolvimento de uma ordem baseada em algum princípio ou método constante e invariável". Pelo contrário, a irregularidade "enfatiza o inesperado e o insólito, sem ajustar-se a nenhum plano decifrável".


Simplicidade/Complexidade:




A simplicidade de qualquer composição visual é conseguida através da ordenação, uma técnica que, para Dondis (1991), "envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias". A complexidade, por sua vez, "compreende uma complexidade visual constituída por inúmeras unidades e forças elementares", o que torna bem mais difícil a organização dos significados das composições.


Unidade/Fragmentação:





No seguimento da Simplicidade/Complexidade, Dondis (1991) afirma que a unidade "é um equilíbrio adequado de elementos diversos em uma totalidade que se percebe visualmente". A fragmentação remete para a "decomposição dos elementos e unidades de um design em partes separadas, que se relacionam entre si mas conservam seu caráter individual".

Economia/Profusão:




Para Dondis (1991), " a economia é uma organização visual parcimoniosa e sensata em sua utilização dos elementos. Quanto à profusão, "é carregada em direção a acréscimos discursivos infinitamente detalhados a um design básico, os quais, em termos ideais, atenuam e embelezam através da ornamentação".

Minimização/Exagero:



Numa dicotomia equivalente à anterior, a minimização, para Dondis (1991), "a minimização é uma abordagem muito abrandada" e procura utlizar elementos básicos para despertar o interesse do observador. Por outro lado, o exagero assenta em si mesmo, isto é, cria as suas composições em torno da exceessividade para acentuar o significado das mesmas.

Previsibilidade/Espontaneidade:


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A previsibilidade é a técnica visual marcada pela extrema organização e convencionalidade. A espontaneidade, segundo Dondis (1991), "caracteriza-se por uma falta aparente de planejamento. É uma técnica saturada de emoção, impulsiva e livre".


Atividade/Estase:








Com o uso da atividade, o artista procura expressar uma ideia marcada pelo movimento, criando um contraste claro com o estase, marcado por uma composição estática, a qual transmite uma ideia de equilíbrio.

Sutileza/Ousadia:



A sutileza é a técnica utilizada com o intuito de apurar os nossos sentidos de interpretação, fugindo à obviedade. A ousadia remete para uma utilização por parte do artista, munido de audácia, segurança e confiança, procurando obter a máxima visibilidade.


Neutralidade/Ênfase:


Para Dondis (1991), a “configuração menos provocadora de uma manifestação visual pode ser o procedimento mais eficaz para vencer a resistência do observador". O ênfase "realça apenas uma coisa contra um fundo em que predomina a uniformidade".


Transparência/Opacidade:



Segundo Dondis (1991), a transparência “envolve detalhes visuais através dos quais se pode ver, de tal modo que o que lhes fica atrás também nos é revelado aos olhos”. A opacidade, pelo contrário, é " o bloqueio total, o ocultamento, dos elementos que são visualmente substituídos".


Estabilidade/Variação:



Mais uma vez assentamos na organização e no movimento dos elementos da composição visual. Para Dondis (1991), a estabilidade "é a técnica que expressa a compatibilidade visual e desenvolve uma composição dominada por uma abordagem temática uniforme e coerente". A variação "oferece diversidade e movimento".


Exatidão/Distorção:



Com o uso da exatidão procura-se a representação do real, visível aos olhos do ser humano. A distorção, ao desconstruir a realidade, procura desviar-se da forma regular e convencional.


Planura/Profundidade:





Esta técnica assenta em redor do uso da perspetiva, com o artista a colocar os elementos em posições que expressem uma ideia de distância ou proximidade do observador, através, também, de efeitos de luz/sombra.

Singularidade/Justaposição:



No caso da primeira, para Dondis (1991), "equivale a focalizar, numa composiçaõ visual, um tema isolado e independente", sem a presença de outros estímulos visuais. No caso da segunda, cria-se uma comparação entre conteúdos, ao nível das relações que estabelecem entre si.


Sequencialidade/Acaso:




Aqui estamos perante, uma vez mais, o aspeto da organização dos conteúdos da composição. O artista pode optar, nas suas obras, por uma colocação dos elementos de forma sequencial, criando-se uma lógica/padrão. Pode, também, no entanto, optar pela colocação aleatória dos elementos, sugerindo a desorganização e o movimento.


Agudeza/Difusão:




Enquanto que a agudeza se liga à ideia de clareza de expressão, a difusão remete para uma suavidade e imprecição das expressões visuais.

Repetição/Episocidade:



Para Dondis (1991), a repetição "corresponde às conexões visuais ininterruptas que têm importância especial em qualquer manifestação visual unificada”. Muito usada ao nível das artes, não se fica pela distância entre pontos dispersos mas si pela força que os une numa ideia global. A episocidade, expressando a desconecção entre elementos frágeis, "reforça a qualidade individual das partes do todo, sem abandonar por completo o significado maior".





Referências bibliográficas:

DONDIS, D. A., A Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.


segunda-feira, 16 de março de 2015

Elementos Básicos da Comunicação Visual (1)

No que concerne aos elementos básicos da comunicação visual, os mesmos são peças indispensáveis em qualquer coisa projetada e percecionada pelos nossos olhos. Não sendo elementos notórios à vista desarmada e sem qualquer concentração e foco aparentes, os mesmos elementos enquadram-se e fazem-se representar em qualquer substância visual captada e analisada pelos nossos olhos. Sendo os elementos caraterizados como substâncias básicas, estes dividem-se em: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a escala e o movimento.
Apesar de se agruparem num número substanciamente reduzido, cada um dos elementos é preponderante para o resultado final que advém da ligação e do todo que é formado pelos elementos supra-citados.
Tal como é explicado por Donis A. Dondis (1991), “são muitos os pontos de vista a partir dos quais podemos analisar qualquer obra visual; um dos mais reveladores é decompô-lo em seus elementos constitutivos, para melhor compreendermos o todo”, sendo o  todo “formado por partes interatuantes, que podem ser isoladas e vistas como inteiramente independentes”, sendo cada uma das características dos elementos independentes, fulcrais para a coesão da unidade e do objeto final que se forma.
Portanto, os elementos visuais, apesar da sua simplicidade, podem ser utilizados para conferirem complexidade e resultarem  num objeto ou numa forma elaborada e complementar.
Igualmente, a própria construção menos elementar leva a uma maior necessidade de compreensão mais profunda do que é visto por parte de quem observa o objeto, possibilitando que o próprio tenha diferentes interpretações do que por ele é vislumbrado, sendo necessário, segundo Dondis, “ analisar e compreender a estrutura total de uma linguagem visual, é conveniente concentrar-se nos elementos visuais individuais, um por um, para um conhecimento mais aprofundado de suas qualidades específicas.
Assim sendo, trataremos de explicar, nos seguintes paragráfos, cada um dos elementos básicos subjacentes à comunicação visual, de modo a que haja uma melhor compreensão da relevância dos mesmos e da sua representatividade nos objetos/obras que existem.

O ponto:

É a unidade da comunicação visual mais básica bem como a representação mínima. Do ponto de vista de Dondis(1991), o “ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer”.  Além disso, o número de pontos usados aumenta proporcionalmente à complexidade das medidas necessárias à execução de um projeto visual. Ligados entre si, os pontos podem criar uma ilusão de tom ou de cor. Esse fenómeno, denominado como fenómeno percetivo da fusão visual, foi analisado por Seurat (1859-1891), conhecido pela sua doutrina Pontilhista, na qual era estudada a forma como o ponto permitia “processos de fusão, contraste e organização, que se concretizavam nos olhos do espetador”. Através das pesquisas levadas a cabo por Seurat (1859-1891), foi também possível antecipar o processo de quadricomia a meio-tom. Isto levou à constatação de que “  a capacidade única que uma série de pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade dos pontos”.

A linha:

É a definição da aglomeração de pontos, os quais devido à sua grande proximidade entre si impossibilitam a distinção dos próprios, levando a formação de um novo elemento designado por linha. A linha confere uma dose de energia, muito devido à sensação de movimento que fornece, nunca estando numa posição estática, e sim em movimentos diferenciados, alterando a sua direção, de modo a denotar-se uma maior fluidez relacionada com a flexibilidade possível de ser evidenciada na linha. Assim sendo, a linha sobressai quer pela liberdade e abrangência de experimentação que possibilita, quer pela rigidez e precisão que atribui a certas representações visuais. Na arte, a linha é elemento crucial no desenho, graças às diversas formas que assume e o tónico expressivo de emoções e ritmo que acrescenta ao objeto visual.

A forma:

A forma está diretamente relacionada com a linha. Aliás, Dondis (1991) afirma que “ a linha descreve a forma (...), a linha articula a complexidade da forma.” Nas formas básicas, é possível enumerar-se o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero, caraterizando-se como figuras planas e simples, podendo ser descritas e construídas visual e verbalmente. No entanto, cada uma delas distingue-se das outras devido às caraterísticas que apresentam, nomeadamente, “ao quadrado se associam enfado, honestidade, retidão e esmero; ao triângulo, ação, conflito, tensão; ao círculo, infinitude, calidez, proteção”.  A partir destas três figuras, é possível criarem-se novas figuras através de diferentes junções das já referidas, derivando-se “todas as formas físicas da natireza e da imaginação humana”.

A direção:

A direção está, também, ligada às caraterísticas da forma, existindo, conforme defende Dondis (1991), três direções visuais básicas e significativas, as quais são expressas pelas formas básicas. Elas são: “o quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva.” Estas, retratadas nas diversas composições visuais existentes, simbolizam a relação entre o organismo humano e o meio ambiente, remetendo a “referência horizantal-vertical” para a “necessidade de equilíbrio”, a “direção diagonal tem referência direta com a ideia de estabilidade”, sendo o “seu significado ameaçador e quase literalmente perturbador”, e as “ forças direcionais curvas têm significados associados à abrangência, à repetição e à calidez”. Assim, cada uma das forças direcionais confere diferentes significados e intenções ao objeto no qual estão representadas, existindo uma “intenção compositiva” própria.



Referências bibliográficas:

DONDIS, D. A., A Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.


Projeto 1

No âmbito da unidade curricular de Design e Comunicação Visual, foi-nos solicitada a elaboração de um projeto inicial dividido em três etapas bem explicadas pelo docente Bruno Giesteira. Estas etapas são: 


  • realização de uma recolha fotográfica, de acordo com os elementos básicos e técnicas da comunicação visual;
  • construção de duas composições visuais, uma num contorno quadrado e outra num contorno circular, de acordo com uma música previamente escolhida, recorrendo, igualmente, aos elementos e técnicas estudadas para a  criação de uma composição;
  • a redação de uma memória descritiva, onde se descrevem todos os procedimentos que englobaram a realização do projeto bem como experiências adquiridas com o efetuar do mesmo, e a forma como os conhecimentos adquiridos foram postos em prática.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Escolha da Música para o projeto 1






A música que escolhemos denomina-se "LIGHTS" da artista Ellie Goulding.
Na nossa opinião, a música remete-nos para uma sensação visual onde se destaca um misto de feixes de luz e combinações de cor. Tudo isto através, não só da letra, mas também da melodia, videoclip, entre outros aspetos.

Lights

I had a way then losing it all on my own
I had a heart then but the queen has been overthrown
And I'm not sleeping now
The dark is too hard to beat
And I'm not keeping now, the strength I need to push me

You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
And so I tell myself that I'll be strong
And dreaming when they're gone

'Cause they're calling, calling
Calling me home
Calling, calling, calling home
You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
Home

Noises, I play within my head
Touch my own skin
And hope that I'm still breathing
And I think back to when my brother and my sister slept
In an unlocked place the only time I feel safe

You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
And so I tell myself that I'll be strong
And dreaming when they're gone

'Cause they're calling, calling
Calling me home
Calling, calling, calling home
You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
Home

Lights, lights, lights, lights
Lights, lights, lights, lights (home, home)
Lights, lights, lights, lights
Lights, lights

You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
And so I tell myself that I'll be strong
And dreaming when they're gone

'Cause they're calling, calling,
Calling me home
Calling, calling, calling home
You show the lights that stop me turn to stone
You shine it when I'm alone
Home

(Home, home)
Lights, lights, lights, lights
Lights, lights, lights, lights (home, home)
Lights, lights, lights, lights
Lights, lights, lights, lights




Recolha Fotográfica

PONTO:

É a unidade da comunicação visual mais básica bem como a representação mínima. Do ponto de vista de Dondis(1991), o “ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer”. Nestas imagens vê-se bem como o ponto salta logo à vista atraindo, para si, toda a atenção de quem está a visualizar.







LINHA:

A linha confere uma dose de energia, muito devido à sensação de movimento que fornece, nunca estando numa posição estática, e sim em movimentos diferenciados, alterando a sua direção, de modo a denotar-se uma maior fluidez relacionada com a flexibilidade possível de ser evidenciada na linha. Assim sendo, a linha sobressai quer pela liberdade e abrangência de experimentação que possibilita, quer pela rigidez e precisão que atribui a certas representações visuais. Na arte, a linha é elemento crucial no desenho, graças às diversas formas que assume e o tónico expressivo de emoções e ritmo que acrescenta ao objeto visual. Nestas imagens é bem visível a criação de um padrão e/ou de movimento, através da disposição das linhas.










TEXTURA:

Segundo Dondis (1991), “onde há uma textura real, as qualidades táteis e óticas coexistem, não como tom e cor, que são unificados num valor comparável e uniforme, mas de uma forma única e específica, que permite à mão e ao olho uma sensação individual”. Nestas imagens, a partir da desconstrução de uma realidade total, o espetador consegue perceber uma esécie de padrão construído pela textura. Através da visualização, o mesmo consegue imaginar o tacto daquela superfície.








COR:

Um elemento preponderante, devido à expressividade e emoção que consegue atribuir a um objeto. Cores distintas retratam signficados variados e um alfabetismo próprio subjacente a cada uma delas. Nestas imagens verifica-se a predominância da cor, com a capacidade de tornar uma composição visual mais viva, como o azul claro,  ou mais pesada, como o preto, por exemplo.








DIREÇÃO:

Para Dondis (1991), as direções, retratadas nas diversas composições visuais existentes, simbolizam a relação entre o organismo humano e o meio ambiente, remetendo a “referência horizantal-vertical” para a “necessidade de equilíbrio”, a “direção diagonal tem referência direta com a ideia de estabilidade”, sendo o “seu significado ameaçador e quase literalmente perturbador”, e as “ forças direcionais curvas têm significados associados à abrangência, à repetição e à calidez”. Assim, cada uma das forças direcionais confere diferentes significados e intenções ao objeto no qual estão representadas, existindo uma “intenção compositiva” própria. Nesta imagem, consideramos estar bem ilustrada a ideia de movimento que este elemento transmite, ou não estivesse aqui representada uma seta. Nota ainda para o conjunto de pontos que consegue criar uma imagem figurativa no todo (seta).





ESCALA:

A escala estabelece-se tanto através do tamanho relativo das pistas visuais, como das relações das mesmas com o campo ou com o ambiente, estando, no entanto, neste processo, sujeitas a muitas variáveis modificadoras. Aqui está bem ilustrada a escala na diferença de tamanho dos círculos, com uns a "caberem" dentro dos outros.








Referências bibliográficas:

DONDIS, D. A., A Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.




domingo, 1 de março de 2015

Sobre o blog...

Blogue de José Soares e Filipe Balreira
Ciências da Comunicação
Design Comunicação Visual
Turma 4